Capturar
imagens com qualidade técnica se resume no uso correto de dispositivos
como obturador, diafragma e, também, do manuseio correto da
sensibilidade do sensor da câmera (ISO). Nesta postagem, vou falar mais
especificamente do obturador e seu uso como recurso criativo para compor
belas imagens.
Localizado
no corpo da câmera, o obturador controla a velocidade com a qual a
câmera fechará as cortinas que definem o tempo de exposição do sensor à
luz. À medida que aumentamos a velocidade do obturador, reduzimos a
quantidade de luz recebida pelo sensor e, por isso, é fundamental
prestar atenção na leitura fornecida pelo fotômetro da câmera afim de mantermos nossa imagem bem exposta.
Quando
utilizado em conjunto com o flash, o obturador limita a quantidade de
luz natural.
Note que a exposicão da luz do flash sobre o assunto de nossa cena é controlada
apenas pelo diafragma e ISO.
Na
imagem acima, o obturador foi pensado de forma a subexpor o segundo
plano pelo uso de uma alta velociade. Enquanto o diafragma foi pensado
para que a luz do flash alcançasse apenas a senhora.
É
necessário nos atentarmos ao alcance do flash para que nosso objetivo
seja atingido. Com o flash apontado diretamente para o objeto, temos a
seguinte relação:
Número Guia= abertura do diafragma (f) x distância do objeto (d).
O
número guia diz respeito ao alcance máximo do flash quando este utiliza
sua potência máxima (1) em condições específicas de ISO (geralmente
100). Quando o pulso de luz é emitido com potencia máxima, temos um
pulso mais longo e, analogamente, quando temos um pulso emitido com
baixa potência (1/128), temos um pulso curto. Ou seja, temos um pulso
emitido com grande velocidade e, por isso, mais eficiente quando
pensamos em congelar movimentos com o auxílio do flash.
Mais frequentemente, o obturador é pensado para congelar movimentos em cenas dinâmicas.
Podemos utilizar esta idéia de maneira contrária para, por exemplo, capturarmos cachoeiras com baixa velocidade afim de obtermos a água de forma fluida, o que cria a impressão de um "véu de noiva".
Se
pensarmos em uma imagem executada com baixa velocidade do obturador e
algum objeto em movimento, temos a chance de acompanhar este objeto para
priorizar seu foco e, com o flash sincronizado com a segunda cortina,
podemos utilizar o pulso emitido para congelá-lo antes da segunda
cortina finalizar a captura da imagem. O efeito é um arraste do fundo
com o objeto exposto pelo flash com nitidez mais preservada.
Note na imagem abaixo que há um disparo prévio do flash para que a potência seja corretamente calculada quando em modo TTL.
Voltando
a fórmula, se adotarmos como referencia um flash com numero guia igual a
40 e utilizarmos uma abertura de diafragma igual a 10, devemos estar a
4m de distancia do objeto para que este receba uma quantidade ideal de
luz.
Obturadores
com velocidade baixa e flash também podem ser aplicados para preservar a
luz ambiente de locais pouco iluminados e preencher sombras.
Além
disso, condições de baixa luminosidade também são necessárias para o
desenvolvimento de técnicas como "Light Painting" ou pintura com luz.
Para tanto, devemos utilizar uma baixa velocidade do obturador, ou seja,
um longo tempo de exposição para, por exemplo, registrarmos estrelas
enquando pintamos os demais assuntos da foto com fontes de luz
alternativas como lanternas e faróis de carros.
Os usos criativos do obturador podem ser diversos. Devemos, entretando, entender quais planos tem prioridade para o desenvolvimento de linguagem e,
também, quais as fontes de luz necessárias para alcançarmos nosso
objetivo. Lembrem-se de que o obturador tem impacto apenas em fontes de
luz contínuas e não em flashes.
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